segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Malabarista

“O que você faz?”
- Sou cantora.
-“Não, qual é sua profissão de verdade? “


Confesso que fazia tempo que não ouvia algo assim. O problema é responder. Fico em dúvida se digo: “ahhh, tá. Entendi.Profissão de verdade MESMO? Sou malabarista de circo no semáforo.”
Sei que não sou a única a ouvir isso. Todos os músicos que ainda não tocaram no Faustão já ouviram. Donas de casa já ouviram. Surfistas já ouviram. Professores de inglês já ouviram. E malabaristas de circo já ouviram.

Em tempo, aprendam: ex-BBB é profissão. É?

Se você reparar, todos os que são questionados sobre seu ofício, fazem algo que gostam por vocação, dom e sonhos. Muitas vezes ganham menos dinheiro do que ganhariam se estivessem engessados num trabalho comum.São malabaristas da vida. Mas ficam menos doentes, compram menos remédios, não se empanturram de comida porque não tentam compensar o vazio interno de suas almas.

E há também os que ganham muito bem. Quem eu mais vejo enriquecendo (licitamente)nos dias de hoje não são médicos, advogados ou engenheiros. São DJs, desenvolvedores de games, chefs de cozinha, fotógrafos, produtores de moda... Todos os que são bons no que fazem, porque o fazem sem parecer trabalho. Transformaram seus hobbies em profissões. E essa é a fórmula do sucesso.

A mulher que me perguntou isso não o fez por mal. Mas faz mal para ela. Não o fato de ela ter uma vida comum. Mas ela ignorar o fato de existir outros tipos de vida, de formas, de mundos além do dela. O que faz mal é o desconhecimento. É o não conhecer o outro. É a preguiça de sair pela porta e desbravar mundos diferentes.

Ela continua lá sem entender. Mas quem entendeu fui eu. Entendi que existem mundos que não conhecem o meu. E aprendi a entender quem não me entende.

A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Choveu Em Mim

Hoje choveu em mim.
Choveu flores.
Estava parada no trânsito, num semáforo.
De repente começa a chover flores em cima do carro.
Milhares delas. Amarelinhas.
Olhei em volta para os outros carros. Nada.
Flores só em cima de mim.
Cena de cinema.
Carro ficou camuflado de amarelo.
Andei pela cidade inteira assim.
A última flor só saiu quando entrei pelo portão da garagem.
Algum anjo está in love.
E me deu boas-vindas à primavera.

A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

KFC

Não importa se o comercial é da KFC.
A música é uma versão de Your Song, da Ellie Goulding.
Por sinal, uma das canções contemporâneas mais lindas que eu conheço.
E que eu gostaria de ter feito.
Linda história, lindo video.



A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SEM-VERGONHA

Sou tímida.
Sempre fui.
Por que ninguém acredita?
Disfarço bem.
Era tão tímida que tinha vergonha até de ligar pra pedir uma pizza.
Não ia nem na banca da esquina pra comprar um cone de balas.
Dançinha nas festas de garagem? Não ia, passava mal, sumia.
Só não tinha vergonha do microfone.
Ah…o palco. Tinha alguém na platéia? Nem vi.
Hoje continuo tímida.
Mas sou “sem-vergonha”.
E disfarço melhor.

A quem me lê e me ouve,
Um beijo.

ALANA.

Não é você...sou eu!

Não é você…sou eu!
Não é você…sou eu que não agüento mais ouvir sua voz.
Não é você…sou eu que não me importo mais.
Não é você…sou eu que não agüento mais sua insegurança e desconfiança.
Não é você…sou eu que não acredito mais em você, porque nem você mesmo acredita.
Não é você…sou eu!

A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Versão

Tão difícil uma versão superar a original.
Se você resolver regravar uma música, o faça da forma mais diferente e simples possível.
Minhas sugestões são:
Se você for uma cantora, grave músicas de vocal masculino.
E obviamente se for um cantor, de vocais originais femininos.
Quanto mais antiga e esquecida a música, melhor.
Incorpore-a como se fosse sua, esqueça que é uma versão.

Em um show, Linkin Park precisou de coragem para cantar um top hit atual da Adele-Rolling In The Deep. E seguiram as instruções direitinho: só piano e voz.
Dificíl superar a Adele, muito menos com uma música que não pára de tocar nas rádios. Mas quando vi este video pela primeira vez, nem lembrei da original. Arrepiei.



A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

sábado, 20 de agosto de 2011

And The Oscar Goes To...

Sou dramática.
Não sei se é do signo ou necessidade de artista, mas adoro um drama.
Se estiver no carro e tocar música com história triste no rádio, incorporo na hora e faço cena de novela. É, me olho no espelho retrovisor, me emociono comigo mesma e choro sozinha.

Não guardo rancor de ninguém porque resolvo tudo: faço cena de ciúmes, dou vexame (nunca barraco), peço desculpas...e antes de perdoar já esqueci.
E esqueço, começando uma história nova.
Taí um dom que tenho extra plus: recomeçar.

Uma história pode ser uma mini-série de semanas. Pode durar um dia ou meses mas os capítulos sempre têm começo, meio e fim na novela da minha vida. Sou atriz, contra-regra, dublê de mim mesma e dirijo meu próprio roteiro.

Recebo críticas, comentam e me sugerem destinos para minha protagonista principal: eu. Mas como roteirista do meu filme, eu escrevo meus passos. Não sou mocinha, nem vilã. Talvez seja as duas coisas, porque sou real. Talvez minha história não termine com com um “feliz para sempre” porque sou feliz sempre que dá.
Não sei se vou ganhar o Oscar, mas já ganhei o prêmio principal: sou dona do meu controle-remoto. Aperto o “pause”quando quero. Dou “stop”e”forward”.
A tecla “rewind” nem existe.

Estou pensando em mudar de cenário. Logo dou o “play” e te conto os próximos capítulos.

Por hoje… THE END.

A quem me lê e me ouve,

Um beijo.