segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vai saber...


Por que tem gente que te encontra poucas vezes na vida e te conhece e te entende melhor que pessoas que convivem com você a vida inteira? Tem pessoas que marcam a gente e vice-versa. Talvez você tenha trabalhado 2 meses com alguém e só a tua presença tenha mudado a vida dela. Tem pessoas que num olhar entendem o que uma pessoa por anos você não conseguiu explicar.
A gente não sabe a influência que tem sobre as pessoas. Eu tenho certeza de que algumas pessoas que eu adoro, admiro e que foram influências de alguma forma na minha vida não tem a menor noção disso. Provavelmente acham que eu nem penso nelas. Talvez porque não pensam em mim, lógico. Mas tem pessoas que encontrei uma vez, duas, dez...e penso nelas todos os dias. Porque me fizeram bem, porque admirei por algum motivo, porque são do bem e torço por elas. Ou talvez porque tenham me entendido. Me marcaram de alguma forma. E que vocês sejam felizes, espero que estejam, quem sabe eu te diga um dia que você é uma das minhas pessoas preferidas. Mesmo sem termos trocado uma palavra. Você não vai saber por que, nem eu....as coisas simplesmente são.

A quem me lê e me ouve,
Um beijo.
Alana.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vitrooola


Eu tenho duas vitrolas antigas e um rádio ancião. A última e mais legal ganhei agora da minha avó. Estava jogada na despensa, ela ia dar pra alguém. A vitrola é de 1903 e foi trazida por meu bisavô da Alemanha. Estava lá, cheia de poeira e história. E os discos de 78 rotações? Vários! O rádio eu trouxe no avião, todo embalado e chegou aqui em SP inteirinho. E consegui herdar também uma cômoda, ou armariozinho, não sei exatamente o que é, mas é amarelo e incrível. Estava lá na despensa também. (Sobre a Brasília amarela já contei em dois posts abaixo). Meu pai me perguntou se eu já tinha pensado em trabalhar com antiquários, já que gosto tanto de coisas antigas. Mas ele me perguntou também por que eu não trabalho com turismo, já que gosto tanto de viajar e falo idiomas... Acho que para pai e mãe, o artista só vira profissão oficial depois de aparecer no Faustão. Lucimara, mostra uma foto minha na TV domingo pro meu pai ver? Rs..

O que mais me atrai nesses objetos antigos são as emoções já vividas através deles, parecem que estão vivos, que vão sair dançando ou que vão começar a contar histórias a qualquer momento. Gosto de misturar os objetos antigos com outros modernos. A combinação do antigo com o novo em perfeita harmonia. Assim vou ter parte da história da família sempre comigo, palpitando pela sala da minha casa.
Hoje as pessoas ouvem minhas músicas no Ipod, eu nunca vou ter um disco meu gravado em 78 rotações. Claro que as vantagens de hoje são indiscutíveis...minha música chega ao outro lado do mundo num teclar. Eu gosto de olhar pra minha vitrola e saber que um dia alguém já olhou pra ela ouvindo uma música pensando em alguém, sonhando em estar em algum lugar,ou até dançando, rindo, chorando. Está tudo ali invisivelmente tatuado.

E estou aqui comendo um Crunch...antigo Kri. Alguém pode me dizer por que cargas d’água mudaram o nome? Fiquei anos sem comer por revolta. Por que um Lollo vira Milky Bar? Afffff!! Olha, a embalagem pode mudar, o nome também. Mas o gosto e as lembranças não.
Vão estar sempre guardadas onde você quiser. Numa caixa, no meio da sala, numa foto, ou no melhor lugar de todos: na memória da alma.

A quem me lê e me ouve,
Um beijo.

ALANA.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mulher de Fases


Eu mudo de opinião várias vezes. Mudo de gostos também. Sou completamente uma mulher de fases. Tem fase que só uso salto alto, outras que só uso all star e hawaianas. Uma que tenho que tomar milkshake de ovolmaltine todo santo dia, outras que estou viciada em saladas. Por que eu tenho que ter uma cor preferida?Uma só? Por que eu tenho que ter um prato preferido? Tenho vários. Estilo??Meu estilo é não ter estilo ou ter vários ao mesmotempo. Aí me peguei questionando...será que sou volúvel? Posso não ir com a cara de alguém de primeira...mas talvez na segunda já virei melhor amiga. Ou ao contrário..se me fizer alguma coisa imperdoável, ou até uma coisinha boba mas que me irritou,pego bode e deleto a pessoa da minha vida. Sou fiel, leal e muito justa. E aí acho que mudanças são sempre ligadas a isso. A gente está sempre se reinventando e tem que ser assim, senão não temos como conviver com outras pessoas nem com a gente mesmo. Eu sou uma Alana nova a cada dia que acordo. Hoje posso estar na minha versão mal humorada. Amanhã posso acordar e trazer margaridas para casa. Ontem assisti o filme Crespúsculo duas vezes. Hoje já estou lendo o livro da sequência ¨Lua Nova¨. Mas amanhã posso achar tudo uma bobagem. E esse é o barato...livre arbítrio para se reinventar.
Minha essência é sempre a mesma...só o cabelo que vai mudando. E não, acho que não sou volúvel. Sou uma mutante em constante evolução.
Lê o blog hoje porque amanhã, vai saber? Vai que eu mudo de idéia e começo a escrever um livro? Ou a tirar cartas de tarôt? Ou aprender crochêt?

A quem me lê e me ouve,
Um beijo.
ALANA.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Destino


Hoje vou falar das pessoas, anjos,que encontramos por acaso ( ou não) e que fazem nossos dias,e nossa vida valerem a pena. Eu tenho uma memória imensa para lembrar de todas e cada pessoa que me ajudou de alguma forma. Vou falar especificamente sobre minha carreira. Lembro do Sapo, coordenador da rádio Atlântida da RBS em Joinville..que anos atrás foi o primeiro a acreditar em mim e começou a tocar minha música. E depois outra....e depois outra. André, dono do Rutana, primeiro lugar que toquei. Lembro das tantas pessoas que nem me conheciam e ligavam para a rádio pedindo a música vária vezes porque queriam que ela estourasse.
E semana passada tive a sorte de encontrar mais dessas pessoas lá no Rio Grande do Sul. Em primeiro lugar, Marcão da Rádio Integração FM 87,9. Grande profissional, gente boníssima,coração enorme. Obrigada pela entrevista, adorei ser entrevistada por você. E por causa dele cheguei à grande Rádio Tropical. Fiquei impressionada com a estrutura e com todos. Fui recepcionada por Cris Costa, grande comunicador e muito carismático. Adorei todo o pessoal que teve toda a consideração em me receber, ouvir minha história, meu disco e tocar minha música. Esse tipo de coisa não tem preço. É o que faz tudo valer a pena.
E é isso aí...pra quem não mora lá: acessem http://www.tropical.fm.br que tem uma das melhores programações que já ouvi. Dá pra ouvir ao vivo na net. E entrem lá pra pedir minha música Destino!!! Dá pra mandar SMS, torpedinho por lá mesmo..ligar,mandar sinal de fumaça...rs...
O importante é o movimento....e o movimento da música girando pelo Universo e entrando em cada coração.
A quem me lê e me ouve,
Um beijo.
ALANA.

sábado, 18 de abril de 2009

Férias!

Desde julho de 2008 que meus pais, irmã e eu tínhamos combinado passar a Páscoa de 2009 juntos, na casa de minha ¨Oma¨. ( Ja, Ich spreche Deutsch). Afinal, ela já está uma moça de 90 anos e queríamos fazer esta surpresa para ela. E então ficou marcado: nossa Páscoa seria em Marques de Souza. ( prestenção!: não é ¨marquês¨...é Marques mesmo. Não sabe onde fica?Como não? Eu te digo: é uma cidade de colonização germânica ao lado de Travesseiro e Estrela, no Rio Grande do Sul.

Confesso que fiquei ansiosa, eu não visitava Marques, que hoje é um município, desde 92, quando meu Opa faleceu. E estava apreensiva que quando chegasse lá minhas lembranças virassem decepções. Não queria ver asfalto, prédios...queria chegar e sentir o cheiro peculiar de eucalipto,bosta de vaca, erva de chimarrão...Queria ralar o joelho no arame farpado, fazer xixi no meio do mato quando no desespero de todos os banheiros de casa ocupados.....só sobra a ¨patente¨..aquela casinha de madeira fedida com um buraco no meio..ui.
Passei praticamente todas as férias de minha infância lá, subindo em árvores laranjeiras, chupando cana, tirando leite de vaca, correndo de touro bravo, assustando as galinhas,chorando desesperada junto com o porco que ia ser morto pela manhã, sentindo o cheirinho da comida feita no fogão à lenha, ouvindo a serenata que no Natal vinham fazer na janela nas madrugadas.


Enfim, chegando lá, minha irmã e eu resolvemos entrar na cidade a pé pra curtir cada pedacinho e ....surpresa: uma procissão de Sexta-feira Santa no caminho. Tá...Demos uma volta seguindo um motoqueiro (não, não era um motoboy) e voltamos para o nosso trajeto: passamos pela pracinha, o hospital, o pátio do colégio, a Igreja Luterana (ahhh o sino da igreja..eu PRECISAVA ouvir...e não é que tocou? Lagriminhas caindo. Pena que não dá pra fotografar os sons pra botar no porta-retrato) E lá fomos nós reconhecendo: a rodoviária (que é o banquinho na frente do mercadinho), a prefeitura, o cemitério, o boteco e... a rua da minha avó. E no caminho, sempre cumprimentando as pessoas com o tradicional ¨ó¨! ( Ó pra quem não sabe, é abreviação de Mó, que é abreviação de Morgen, Guten Morgen...bom dia..
A calçada continua com a tradicional pedra de sempre. Mas sim, o aslfalto chegou pelas ruazinhas de Marques. (Mas tenho que registrar aqui que é tudo muito limpo, nem um papelzinho de bala no chão, nem bituca.) Chegou também a AMBEV que comprou meu guaraná Polar e tirou do mercado. HUMPF.Ficou só a cerveja. Bom, tudo bem...já estou crescidinha, posso substituir, hehe. Chegaram também algumas lojas de móveis e um restaurante a quilo. Hoje a prefeitura não tem mais a única central telefônica à manivela da vila,mas tem computadores modernos com internet grátis para o uso da comunidade.(a Maristela,telefonista não perdeu o emprego...trabalha hoje na Câmara dos Vereadores!)
E então chegou a hora de ver o Rio Forqueta,a maior e melhor lembrança de todas:os banhos de rio. E não qualquer rio: o rio da infância. Mas, peraí! Cadê aquele mundão de água? E o que é aquela ponte enorme ali em cima? E aquela barragem? E o que são aquelas coisinhas nojentinhas boiando na água? NÃAAAAAAAAAAOOOOOOOOOO!!! Ahhhhhhhh não!!! Mas respirei fundo e entendi uma parte: não chovia há um tempo, rio estava um pouco baixo,seco...mas ainda sim...era o meu rio. Com progresso, pontes e lixos, era ele ali, o mesmo. Me recepcionando depois de tanto tempo. Mesmo com aquele céu sem nuvens disfarçando o friozinho, não pude deixar de dar meu abraço e...tchibum!!
Meu avô sempre me presenteava com os bezerrinhos que nasciam. Minhas vaquinhas (Bonita e Bahiana) não existem mais, mas os Quero-Queros sim, os cocoricós as 6 da manhã também...e os ¨móóóos¨ deliciosos das outras vaquinhas nas estrebarias ou nos pastos também. E também estão as árvores de laranja, fruta-do-conde,caqui, tangerina, pés de alface, o milharal...a mistura de cheiros...ainda está tudo lá.
E surpresa: a Brasília amarela 75 do meu avô estava lá me esperando, intacta, linda e do jeito que ele deixou. Ele morria de ciúmes dela, mas agora quem morre de ciúmes dela sou eu. Só eu dirigi! (pelo menos enquanto eu estava lá) Lógico que fui dar uma volta. Não deu pra fazer poeira, porque agora é asfalto, mas deu pra ouvir música caipira no rádio com chiado e sofrer com a embreagem e câmbios duros.
Foram só três dias para resgatar tantos anos de saudades e lembranças. Não sei se repreencheu meu coração por inteiro, mas espero voltar lá para levar meus filhos um dia.
E então, na minha Brasília amarela (que acabei de herdar antecipadamente) fui dar adeus por agora para minha Marques de Souza de hoje e de ontem. E espero que de sempre, pra sempre.




A quem me lê e me ouve,



Um beijo.



ALANA.