sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vitrooola


Eu tenho duas vitrolas antigas e um rádio ancião. A última e mais legal ganhei agora da minha avó. Estava jogada na despensa, ela ia dar pra alguém. A vitrola é de 1903 e foi trazida por meu bisavô da Alemanha. Estava lá, cheia de poeira e história. E os discos de 78 rotações? Vários! O rádio eu trouxe no avião, todo embalado e chegou aqui em SP inteirinho. E consegui herdar também uma cômoda, ou armariozinho, não sei exatamente o que é, mas é amarelo e incrível. Estava lá na despensa também. (Sobre a Brasília amarela já contei em dois posts abaixo). Meu pai me perguntou se eu já tinha pensado em trabalhar com antiquários, já que gosto tanto de coisas antigas. Mas ele me perguntou também por que eu não trabalho com turismo, já que gosto tanto de viajar e falo idiomas... Acho que para pai e mãe, o artista só vira profissão oficial depois de aparecer no Faustão. Lucimara, mostra uma foto minha na TV domingo pro meu pai ver? Rs..

O que mais me atrai nesses objetos antigos são as emoções já vividas através deles, parecem que estão vivos, que vão sair dançando ou que vão começar a contar histórias a qualquer momento. Gosto de misturar os objetos antigos com outros modernos. A combinação do antigo com o novo em perfeita harmonia. Assim vou ter parte da história da família sempre comigo, palpitando pela sala da minha casa.
Hoje as pessoas ouvem minhas músicas no Ipod, eu nunca vou ter um disco meu gravado em 78 rotações. Claro que as vantagens de hoje são indiscutíveis...minha música chega ao outro lado do mundo num teclar. Eu gosto de olhar pra minha vitrola e saber que um dia alguém já olhou pra ela ouvindo uma música pensando em alguém, sonhando em estar em algum lugar,ou até dançando, rindo, chorando. Está tudo ali invisivelmente tatuado.

E estou aqui comendo um Crunch...antigo Kri. Alguém pode me dizer por que cargas d’água mudaram o nome? Fiquei anos sem comer por revolta. Por que um Lollo vira Milky Bar? Afffff!! Olha, a embalagem pode mudar, o nome também. Mas o gosto e as lembranças não.
Vão estar sempre guardadas onde você quiser. Numa caixa, no meio da sala, numa foto, ou no melhor lugar de todos: na memória da alma.

A quem me lê e me ouve,
Um beijo.

ALANA.

Um comentário:

  1. Por acaso alguém lembra de um leitinho com vários sabores que vinham numa caixinha triangular?? e os suquinhos em embalagem de cacho de uva de plastico?

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