quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Eu quero ser a Zélia Duncan

Vi a Zélia Duncan no Jô Soares semana passada. Achei ela tão serena, verdadeira,segura, centrada e até divertida. Uma pessoa que eu gostaria de ter como amiga. Na hora pensei: queria ser um pouco assim.
Fico pensando se nosso comportamento é afetado pelas pessoas que admiramos, se inconscientemente agimos em reflexo do que gostaríamos de ser, mesmo não sendo. Claro que sim, e por isso somos realmente uma metamorfose constante. Isso é evolução?
Somos resultado de uma mistura de influências: pais, família, amigos,sociedade,mídia...Fico me imaginando tendo nascido no meio do mato, sem influências externas de TV ou outras pessoas.Qual seria o meu eu? Como eu seria? Como eu pensaria, sentiria, andaria? Do que eu gostaria? O que eu comeria?
Qual é nossa verdade então? Só somos verdadeiros quando somos impulsivos? Eu sou muito impulsiva e tenho problemas por causa disso, e aí tento ser racional. Sendo racional perco minha verdade? Por que precisamos da aprovação do outro? Porque sim, mesmo que a gente negue, sempre precisamos da aprovação de alguém, não queremos desapontar as pessoas que gostamos: pais, amigos, namorado, sobrinhos...
Eu alguma vez na vida já andei por aí de olhos fechados pra saber como é a vida de quem não consegue enxergar, ou já tentei me levantar do sofá ou da cama sem as pernas pra entender como é não andar. Tento me colocar no lugar do outro, mesmo quando está agindo da forma mais absurda. Porque cada vez mais eu acho que só existe gente maluca. E então eu sou maluca também? Provavelmente sim, eu tenho minhas maluquices também. Então minha maluquice vai até onde começa a maluquice do outro?
Minha loucura é minha mesmo? Ou foi uma enxurrada de informações e influências que foram me transformando e quando eu me libertar...não vou me reconhecer? Será que vou gostar de mim?
Quem sou eu?

Escrevi uma música que se chama Alucinação

Eu entrei no escuro
de um mundo ruim e sombrio
Você estava sozinho
me viu, não me reconheceu

Não era alucinação
Eu estendi a mão
você não entendeu
Sonho insano
Vem me acordar
Eu quero um plano
Pra fingir

Não vou me enganar
Vai me machucar
mas lembrar do que aconteceu
Vai me ajudar
desacelerar
A história quem faz sou eu

Meu passo é lento
mas sou veloz como águia no vento
Vejo terras distantes
Vejo além das estrelas
Vou além do pensamento

Me olhei no espelho
E não era eu
Desapareceu
Tenho dois mil anos
E o que eu passo aqui já vivi.


A quem me lê e me ouve,


Um beijo,


ALANA.

Um comentário:

  1. “Fico me imaginando tendo nascido no meio do mato, sem influências externas de TV ou outras pessoas.Qual seria o meu eu? Como eu seria? Como eu pensaria, sentiria, andaria? Do que eu gostaria? O que eu comeria?”

    Certamente tudo seria diferente, mas a essência seria sempre a mesma. Se tivesses nascido no mato, com mais 10 pessoas no mesmo ambiente sob as mesmas condições, não iram todas ter os mesmo gostos, pensamentos ou sentimentos. Quando ages por impulso isso não quer dizer que sejas aquela pessoa.

    Eu acho que a natureza da pessoa, aquilo que ela é e de que é feita, pode ser analisada nos momentos de desespero. Nos momentos difíceis da vida. Ou em algumas pessoas, bebendo os copos a mais e descobrimos imensas coisas... hahah!

    De quem te lê, de quem te ouve,

    Um beijo!

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