domingo, 12 de julho de 2009

Toc-toc!!

Eu estava assistindo hoje uns vídeos do Elvis, e um deles foi bem revelador (apesar de eu já saber): ele era muito inseguro e ansioso. Sabe que se você reparar, ou se como eu, estudou a biografia e adora psicologia, todos os grandes mitos artistas eram extremamente inseguros, tinham baixa auto-estima, eram over sensíveis e sofreram muito durante a vida. Alguns exemplos típicos: (além do Elvis) Marylin Monroe, Maria Callas, Michael Jackson, Beethoven, Edith Piaf... Isso sem citar os que ainda são vivos. Madonna é tudo isso também, apesar de passar uma imagem oposta a isso.
Acho que antes de nascer, Deus pergunta: você quer ser uma pessoa comum e feliz, ou um artista e sofrer até o final da sua vida terrena? Roberto Carlos tem TOC. As pessoas com uma sensibilidade além do normal acabam canalizando (mistérios do cérebro ou da alma, Freud explica) para algo como a arte, ou se não for o suficiente, manias, distúrbios (como álcool, drogas, comida, jogo, sexo, e outros tantos).
Eu me lembro de ter tido TOC desde criança. Com 5 anos eu não conseguia dormir se a chave da porta não estivesse na horizontal. Minha mãe me conta que, quando ainda bebê, eu não dormia e chorava se o travesseirinho não estivesse na posição correta e com o elefantinho virado pra cima. Eu lavava a barriga umas 50 vezes pro lado direito e outras 50 pro lado esquerdo, senão iria escorregar e morrer no banho. No carro, eu tinha que escrever mentalmente tudo que eu lia nos outdoors, senão bateríamos o carro. Enfim, não sabia que isso tinha um nome, e que outros também tinham isso. Só sei que mesmo criança, não agüentei a prisão psicológica disto tudo e resolvi me libertar. Fiz um esforço absurdo pra controlar tudo isso. Hoje sei que se eu começar algum “ritual”, não pararei mais. Mas hoje também sei que posso controlar e, caso eu não consiga, que nada vai acontecer se eu não conseguir. Uma das manias do Roberto Carlos, que é deixar uma gola pra dentro e outra pra fora, me deixa quase com falta de ar. O TOC dele quase gera um TOC em mim!! Rs.. Só posso dizer que minha música é minha salvação. Tenho certeza que a dele também.

Eu falei antes que nós, artistas, fazemos a escolha antes de nascer. Na verdade eu acho que a gente não tem escolha. Precisamos da arte pra viver, para expressar nossa verdade, assim como precisamos respirar, como precisamos de água. É nossa forma de amar, de mostrar o amor e de distribuir isso até onde podemos alcançar.

A quem me lê e me ouve,


Um beijo,


ALANA.

3 comentários:

  1. Antes de mais, deixa-me dizer-te que o teu blog é muito interessante. Até já estive a ler os posts mais antigos de tão interessante que é.

    Também já tive TOC quando tinha ai uns 12/14 anos. Eu nem sabia o que isso era, e naquela altura não havia internet nem a informação que hoje existe, então pensava que eu era diferente. Hoje em dia já não tenho mais disso. Não sei porque, mas com o passar do tempo essa mania foi desaparecendo sem eu fazer absolutamente nada.

    Também adoro psicologia e concordo em parte contigo. Acho também que há certas pessoas que não conseguem lidar com o sucesso e começam a afastar-se do mundo, até que chegam a um certo ponto que estão totalmente afastadas.

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  2. Independente do TOC ou não citado no texto o que me impressiona o quanto ele é sensível e reconhece na própria alma de artista a dor que o impulsiona a fazer arte para aliviar a dor dos outros ou simplesmente alegra-los. Este texto é isso... um alívio para todas as pessoas que sofrem ou sofreram de toc ou de amor e se consolaram nas músicas e expressões de arte que nos foram presenteados ! Obrigado por me aliviar ! bjo no seu coração !

    Cal Junior

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  3. Eu acabo de ler no seu twitter um post fazendo referência a comentários no blog.

    Anteontem eu mandei um scrap gigantesco para Anna Frota dizendo o quanto esse texto mexeu comigo... Falou com a alma. Eu deveria ter dito tudo por aqui. (risos)

    Antes de entrar no seu blog eu mal entendia o porque dos Tocs, mas eu me senti parte, senti aliviado... Parecia ser maluco, mas nem percebi que, com minha "arte" de fazer o bem ao próximo meio que me libertei disso, acho que é o encontro do ser e do saber.

    Seu trabalho é simplesmente bárbaro, na escrita e interpretação.
    Parabéns pela voz e pelo amor ao próximo, pois é amor que se nota ao ler tudo isso ai em cima.

    Um abraço!

    Rodrigo Bispo

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