segunda-feira, 31 de maio de 2010

PORRA!


“Incrível”... “intensa”… são palavras que eu gosto.
A palavra tem sempre significados ocultos. E muito poder.
Eu não gosto de nada que seja “agradável”.
Agradável parece tudo que devia ser mas não foi.
É o adjetivo de quem se conforma com o quase…o mais ou menos.
Uma música agradável não te emociona, ela só não te incomoda.
Agradável é o adjetivo de quem fala: “ok..eu compreendo” quando quer dizer:
“porra!!”
Mesmo dormindo quero ter sonhos alucinantes ou que me levem a campos de paz embriagantes.
Se for pouco, que não seja nada. Se for muito, que pra mim seja tudo.
O toque que arrepia. O sentimento que vibra só no lembrar. Se eu chorar, que escorram
muitas lágrimas. Se eu sorrir...também.
Eu não quero uma vida agradável. Eu quero uma vida de verdade!

A quem me lê, me ouve e me assiste.

Um beijo.

ALANA.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mulher de Fases

Eu sou uma mulher de fases.
Fase do bolo de milho, fase do picolé do Rochinha, fase da música brega, fase de filme de terror.
Nunca sei quando uma fase vem e quando ela termina, mas durante ela, eu como a mesma coisa a semana inteira e ouço a mesma música cem vezes seguidas. Depois que a fase passa, vou pra outra completamente diferente.
Mas claro que tenho gostos e preferências definidas. E dentro deles, nunca vou mudar.
Com pessoas não tenho fases. Ou eu gosto ou não gosto. E se gosto, elas vão comigo até o final da vida. Mesmo que o acaso me afaste delas, elas estão em meus pensamentos.

E sim, sou complicada. E não, nada perfeitinha.
Adoro tudo que tem formato de estrela ...e tenho uma sorte danada!

(A banda original com Rodolfo não existe mais. Mas Raimundos voltou. Com Tico Santa Cruz como vocalista. E a música continua tocando até hoje...)

A quem me lê, me ouve e me assiste,

Um beijo.

ALANA.

terça-feira, 18 de maio de 2010

CAIXINHA DE MÚSICA

Eu tinha uma caixinha de música. Com uma bailarina que dançava num espelhinho.
Ganhei de aniversário numa época em que ganhar porta-jóias era o presente mais comum. Mas não um em forma de caixinha de música. Esse era um presente muito especial.

Minha mãe tinha uma “de adulto” e lógico que a dela era mais bonita e legal. Era só dar corda, abrir a caixinha e Pour Elise tocava e a bailarina dançava(dar corda é algo que me soa tão antigo que nem sei se está certo).

Queria muito uma hoje, mas não sei nem se ainda existe pra vender.
Se você perguntar por uma caixinha de música numa loja, vão achar que você é uma cafona que não sabe o que é um ipod.

Eu já quis ser a bailarina da caixinha…e me transformei na música da bailarina.

A quem me lê e me ouve,

Um beijo.

ALANA.

terça-feira, 4 de maio de 2010

FANTASIA REAL


Meus pais não me prepararam para as falhas do ser humano. Sempre me protegeram das maldades e talvez, da realidade. Acho que cresci acreditando que tudo sempre daria certo, eu seria sempre feliz e realizaria todos os meus sonhos.

Não sei se o mais certo é criar as crianças sem fantasias e prepará-las para a realidade, ou deixar elas terem infância com direito a Papai Noel, Fada do Dente e Príncipe Encantado.

O choque com a realidade é cruel. Mas tirar a fantasia da criança não é mais?
Eu talvez ainda tenha um pé no meu mundo de Alice. No meu mundo, as pessoas com bom caráter têm falhas porque são humanas mas podem se transformar em Papai Noel no fim do ano. O mundo vai mudar mas vai demorar muito ainda, e meu “príncipe”é encantado mas cheio de defeitos. Meus sonhos são difíceis mas só dependem de mim.

A fantasia faz você sonhar e acreditar. A única coisa que uma criança de rua tem, é a fantasia . E ninguém tem o direito de tirar isso de uma criança.

Eu , este ano, estou realizando um sonho de criança e que venho batalhando há anos. Não sei se eu tivesse crescido achando que a vida seria injusta e cruel, eu teria acreditado tanto. E talvez não tivesse lutado tanto pra que tudo estivesse acontecendo.

Já levei muita pancada, tropecei muito, levei muitos empurrões e talvez tenha doído bem mais do que se eu tivesse preparada pra eles.
Mas só sei que hoje não acredito em duendes, mas acredito e sempre acreditei em mim. E tem dado certo.

A quem me lê, me ouve e me assiste,

Um beijo.

ALANA.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

BAILARINA

Eu sou uma bailarina.
Comecei a dançar com dois anos de idade, quando minha mãe me colocou na aula de ballet. E foi aí que a música despertou pra mim. Sei que ela nasceu comigo, mas foi a dança que fez meu corpo despertar pra ela. Aos sete entrei na ginástica rítmica, onde cheguei a competir.

Mais tarde, com uns onze anos, quando já estudava piano, foi ao contrário: a música me trouxe a dança. Entrei na aula de ballet novamente. Eu queria expressar o que a música fazia comigo. E não consegui chegar aonde eu queria, porque tinham muitas regras e passos engessados. Aí fui para o jazz, mais libertador.

Depois disso dancei muita na vida também: dei muitas piruetas pra me livrar de problemas,cambalhotas comemorativas,fiz vários spacattos com a grana quando estava curta, e fiquei muito na meia-ponta para alcançar um beijo.

Hoje, anos depois, estou voltando para a dança. Não mais somente pra me expressar, mas agora talvez para ilustrar o que digo nas minhas músicas. É o “esporte” que mais me dá prazer....porque claro: a música está presente.

E uma coisa é certa: uma vez bailarina, pra sempre bailarina.

Beyoncé que se cuide! :P

A quem me lê, me ouve e me assiste,

Um beijo.

ALANA.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Senhor, olhai por mim. Mas se não der, me dá uma piscadinha?

Senhor,

obrigada por ter me feito nascer mulher num mundo onde parece que mesmo os que não são, querem ser. E me faça lembrar disso mesmo nos dias de cólica e TPM.
E para cada dia de TPM, me dê uma vitrine de sapatos lindos em promoção!E em homenagem aos que não nasceram mulher, que toda semana eu use um salto alto, batom vermelho e me sinta a Megan Fox. E por falar nela, já que nunca pedi por milagre, que se as estrias e celulites forem inevitáveis, que venham, mas sejam discretinhas.

Quando nada é garantido, tudo é possível. Então se eu não acertar na mega sena, que pelo menos eu seja a milésima cliente a entrar numa agência de viagens e ganhar uma passagem pro Tahiti por causa disso.

Eu sei que não tenho senso de direção nenhum, mas me ajude a errar o caminho no destino certo. E se puder afastar os motoqueiros barbeiros do meu retrovisor e que meu carro esteja sempre com pneus calibrados e óleo trocado automaticamente, seria outro milagre bem-vindo, Senhor. Se por acaso eu pegar um trânsito daqueles, que eu ligue o rádio e esteja tocando minha música preferida.

Pode deixar que eu protejo meu cabelo e pele do vento e sol, mas proteja meus colares e brincos da inveja e mau olhado.

Não quero ser perfeita mas não abro mão de viver inspirada. Então, Senhor, que não me falte motivos para escrever, bons ou ruins, mas que se forem ruins, que não falte chocolate para me acalmar.

Que eu não esqueça mais das datas importantes, como o aniversário de casamento dos meus pais, porque todo ano é um problema. E que eu sempre lembre de ligar para eles aos domingos.

Cegue meus olhos para a louça suja na pia. E para os cafajestes lindos caso tentem me tirar da razão e do meu caminho.
Tampe meus ouvidos da fofoca, mas não me deixe ser a última a saber caso o Brad Pitt ficar solteiro e estiver passando férias no Brasil.

Livrai-me de todo mal e de todo vício, a não ser o vicio de academia. Que eu consiga ser persistente mesmo nos dias de chuva e de frio.

Dê firmeza aos meus seios e bunda. E também à minha voz, quando ela se fizer necessária num momento difícil.

Faça com que eu seja uma boa namorada, amiga, filha e quem sabe, mãe.

Proteja minha saúde, meu trabalho, minha família, meu intestino e meus segredos.

Sou mulher, Senhor, mas ainda não está na hora de uma mulher como a Dilma ser presidente do meu país.

Senhor, por pior que seja meu dia, faça com ele termine, e não eu.

* inspirado e baseado num texto de autora desconhecida.

A quem me lê, me ouve e me assiste,

Um beijo.

ALANA.

terça-feira, 6 de abril de 2010

METADE

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
Mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.